A FLORESTA DAS DELÍCIAS TERRENAS


Tyler só saiu do acampamento para mijar e se perdeu. Mesmo ainda estando sobre os efeitos do LSD e do álcool que se dissipavam há algumas horas ele mesmo não conseguia acreditar que não encontrava mais o caminho de volta para a rave. Nem a música ou as pessoas, nada além do som dos bichos e do vento a não ser uma luz verde que servia de farol no meio do nada.


Seguir o sinal deveria ser fácil, mas não era. Às vezes ele tropeçava em uma raiz ou numa pedra e quando levantava perdia a luz de vista, outras ele simplesmente piscava e quando e percebia a luz simplesmente tinha mudado de lugar.

Quase que por acaso Tyler chegou a clareira de onde vinha a luz. Ela emanava de uma fogueira verde dentro de um círculo de pedras. Aquele era o típico local de acampamentos ou uma área para orgias ou até uma festa mais particular, mas ele estava deserto e parecia ainda mais distante da Rave que ocorria perto da estrada.  

Por lá só tinha um homem gordo e tatuado com cabelos cacheados, olhando mais de perto era possível ver que ele tinha chifres e patas de bode. Poderia até ser um demônio, mas a sensação que ele passava era de serenidade. E apesar de ter percebido o visitante ele não parava de mexer em seu pau roliço despreocupadamente.



O jovem drogado sabia que sua mente podia estar lhe pregando uma peça por conta das substâncias e do cansaço acumulado de três dias de festa, mas o homem a sua frente era bem real, talvez alterado por sua imaginação. E mesmo com receio de passar uma má impressão ele se aproximou.

Tyler tentou conversar com homem bode a sua frente, e se fosse uma alucinação não iria adiantar ignorar. “Ei, você. Sabe como chego na estrada que vai para Dublin? Acho que me perdi.” Depois da pergunta ele esperou qualquer reação, mas deu um passo para trás caso precisasse fugir.

“Acha que é assim? Você é um estranho para mim... E nós, homens do mato de vida simples e pacata não ajudamos estranhos. Nem seu nome ou sua data de aniversário, então caia fora.” Disse a aparição com tanto interesse que prestava mais atenção em como a pele de seu prepúcio recobria a cabeça de seu pênis e depois se esticava para libera-la.

“Eu... Eu sou Tyler Connely, sou de Dublin e nasci no dia 23 de março de 1994. Viu, agora nos conhecemos. Então, pode me ajudar.” A resposta parecia bem completa para Tyler e isso se confirmou quando ele viu um sorriso amigável no rosto do homem bode e uma resposta inusitada. “Ah sim, era uma quarta-feira chuvosa de lua crescente se não me engano. Venha vamos dançar um pouco.”

O convite parecia absurdo para o garotão, mesmo assim estranhamente irresistível. O sátiro batia palmas e batucava o chão com seus cascos e o vento, os galhos e os animais respondiam ao ritmo como uma orquestra da natureza. Até ele fazia parte deste show e mexia o seu corpo de acordo com a música coincidente.

Tyler não queria dançar, mas seu corpo não lhe obedecia. Era como se ele fosse um títere humano e isso o assustava. Com cada paço ele se desfazia de suas roupas acompanhando a melodia tribal como uma espécie de striptease selvagem e involuntário.


Quando o jovem musculoso reparou ele estava com o pau ereto e balançando que não parava de babar, dançando na frente do sátiro oferecendo-lhe um show particular. O ser da floresta se masturbava com mais intensidade enquanto acompanhava a dança de seu novo conhecido.

“Mas que merda é essa. Me diz logo como saio daqui e para com esta palhaçada seu cuzão!” O protesto de Tyler foi respondido com um golpe forte do casco esquerdo do sátiro no chão de pedra. O som seco foi tão imperativo que todos os sons da clareira e da floresta se calaram, até o crepitar da fogueira verde cessou.

Quanta insolência. Foi você que me deus seu próprio nome e sua data de aniversário voluntariamente e agora age como se tivesse direito a alguma coisa?

A curandeira de sua vila, que você chama de Dublin, ou o druida local não te ensinaram nada?

Agora que lembrei, vocês os queimaram vivos chamando-os de bruxas e feiticeiros e ignoraram completamente o que eles podiam lhes ensinar. Então, antes que você ache que tem direito a alguma coisa vou te contar como o mundo funciona rapazinho.

Quando tu entregas teu nome a um ser místico ele terá direito sobre teu corpo. Quando deixar que outro saiba sua data de seu nascimento este terá controle sobre teu destino. E se entregar o local de suas raízes a um ser místico este terá controle sobre teu sexo e tua prole.

Você poderia ter dito estes segredos a quem quer que fosse, poderia ter sido para um parvo troll das cavernas, quem sabe para um gnomo preso em preocupações mundanas ou redcap ignorante. Mas resolveu entregar todos eles logo para mim, Oberon, rei dos seres da floresta.” Explicou o sátiro com a paciência de um professor.

Tyler até tentou assimilar o que lhe tinha sido explicado, mas um jato incandescente de mijo do ser místico o atingiu nas costas, depois nas pernas e no rosto. Ele sentiu medo de ser queimado por dentro quando recebeu a urina em sua boca, mas ela se provou extremamente alucinógena, mais do que qualquer droga que ele tivesse experimentado e tão viciante quanto o doce sabor do açúcar é para uma criança hiperativa.
Ele se contorcia de prazer enquanto os sabores da floresta e da fogueira se misturavam em sua visão e ao mesmo tempo que o cheiro do sexo do sátiro invadia seus olhos de forma ensurdecedora corrompendo sua mente.   

As queimaduras da urina de Oberon se transformaram em tatuagens de símbolos místicos que se espalhavam pelo corpo de Tyler e em qualquer canto que o líquido tivesse tocado. Cada glifo parecia dotado de luz e vida própria e emanava sons de cristais que mantinham a mente do humano completamente hipnotizada.

 O sátiro se colocou atrás de garoto e começou a esfregar seu pau gordo em seu anus. “vou te devolver um instante de livre arbítrio para que você possa decidir seu destino, então aproveite.”

Tyler queria fugir, ir embora dali. Aquilo tudo era aterrorizante e nojento. Mas a sensação do corpo veiúdo daquele pau esfregando entre suas nádegas convidavam-no a uma embriaguez de prazer. Sua razão lhe lembrava o quão tóxico era chafurdar naquele pântano de luxuria enquanto seu corpo se entregava ao prazer que a ponta da cabeça do pau do sátiro proporcionava ao esfregar na entrada de anus. Sua mente queria voltar para um lugar seguro, mas ao invés da boca foi o pau do humano que deu o veredito.

“Me fode caralho. Rápido e com força, me fode.”


Oberon esperou para ouvir um arrependimento por parte de sua vítima, mas como as palavras não vieram ele começou a se encaixar no outro macho. Ele sabia que quanto mais devagar fosse mais prazer ele provocaria no homem ansioso. Cada centímetro de sua carne se conectava com o corpo carnal e espiritual do mortal e esta ligação era permanente e absoluta.

Tyler sentia como se seu próprio pau o tivesse penetrando ao mesmo tempo que um membro anônimo o violava. Outra vezes ele sentia que seu corpo inteiro estava ligado aquele membro alheio ou também que todas as suas sensações pertenciam apenas ao seu rabo. Ele se contorceu mais quando o ser da floresta foi estocando com mais violência e passou a compor uma extensão do outro macho.


Línguas e tentáculos surgiam de toda direção tanto no plano material como etéreo distribuindo o prazer por todos os cantos do corpo do garoto humano e da floresta. Não era só ele que estava sendo violado sexualmente e fecundado pelas ejaculações constantes de Oberon, sua própria existência também estava e isso o conectava ao sátiro que o conectava aquele lugar isolado e místico, ele estava compartilhando um orgasmo transcendental  que iniciava em seu cu, percorria seu pau e gozava em cada agulha de pinheiro.

“Minha semente já ocupou cada pedaço da sua carne, fecundou você até o último pelo de seu corpo e germinou em você. Você não é mais um humano, muito menos um ser místico. A partir de hoje você vai transitar entre os dois mundos sendo meu filho e meu prostituto.” E assim o condenou Oberon.  

Daquele dia em diante Tyler fazia oferendas constantes de seu sêmen à natureza e ao seu patrono. Vez por outra ele servia sexualmente a algum ser místico a mando de seu mestre ou se oferecia para outro humano afim de absorver sua energia. O prazer e o resgate dos rituais antigos das curandeiras e dos druidas passaram a ser o único motivo da existência do novo não humano.



E ele tinha certeza que no final de sua vida carnal ele seria como seu mestre e estaria pronto para ser violado por toda a eternidade. 

Mestre Borges

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