O BDSM implica em uma relação que é composta no mínimo por um dominador e um submisso. Estas posições estão muito mais relacionadas com o comportamento dos envolvidos do que com a expressão de gênero, posição sexual preferida, biotipo ou classe social. Cada um destes papéis possuem um conjunto de comportamentos esperados. Para conhecer o papel de cada envolvido e as expectativas que existem quanto a eles ponha-se de joelhos, pois estamos começando a quinta da disciplina.
É aquele que está no controle da situação, quem possui a autoridade. O autocontrole é essencial para que o mestre imponha uma postura de superioridade, conquistando a confiança do submisso. O conhecimento permite um domínio seguro das práticas executadas.
É bom que o dominador tenha conhecimentos de primeiros socorros, psicologia e filosofia, se ele souber atuar e improvisar é melhor ainda. Ele também deve saber o máximo possível sobre seu submisso, os limites, medos e traumas, problemas de saúde, tabus, vontades e gostos pessoais, etc... Isso permite adaptar todas as práticas para aproveitar completamente a entrega do parceiro.
Apesar da figura do dominador ser relacionada com roupas de couro e diversos acessórios como chicotes, algumas, plugs e etc, não é necessário que ele tenha todo um arsenal para iniciar no BDSM. Saber explorar o significado de alguns objetos e explorar novos usos para as coisas do cotidiano pode suprir várias faltas de recursos. O quarto vermelho ou o armário do prazer tendem a vir com o tempo.
Um Submisso precisa ser uma pessoa curiosa e disposta a explorar várias formas de prazer, é obrigatoriamente responsável, honesto, sincero, pontual, respeitoso, solicito e pró-ativo além de impecavelmente bem educado, pelo menos com seu dominador e com quem ele determinar.
Espera-se que o submisso tenha um bom grau de autoconhecimento e esteja disposto a ceder aos desejos do seu mestre, mesmo aqueles que não são expressamente ditos. Acima de tudo ele deve confiar na pessoa que ele escolheu como Dom, idolatrá-lo e ser grato a ele.
O Sub entregou sua vida nas mãos do seu mestre, logo não é permitido que ele tenha inseguranças, dúvida ou ciúmes em relação ao seu Dom. Ele é obrigado a reconhecer seus limites para poder evocar a palavra de segurança sempre que necessário, porém jamais deve usá-la em vão.
Um escravo ideal deve ter boas maneiras e muito conhecimento de etiqueta, serviços domésticos e qualquer habilidade que possa servir ao seu dono. Caso ele queira ser lembrado é aconselhável que conheça outras formas de agradar seu senhor fora dos encontros.
O sub precisa sempre ter disponibilidade, principalmente em uma relação 24/7. A partir do momento que ele se entrega pode ser muito frustrante que ele acabe tendo que usar a safe word para qualquer outra coisa alheia a seção.
Tudo que pertence ao submisso deve estar a disposição do mestre e tudo que pertence ao mestre é de responsabilidade e cuidados do submisso, por tanto ele é responsável por cuidar e higienizar os objetos usados nele após às práticas e os ambientes.
O Switcher pode trocar de papel, mas ele deve deixar estas situações sempre bem clara. É por isso que um bom Switcher deve ter tanto as características do Dominador como do Submisso. Muitos Switcher só são subs de determinada pessoa e isso deve ser respeitado.
Um switcher deve ser sempre sincero e não lhe é permitido deixar pontas soltas quanto às condições em que domina ou submete.
Em uma escala social ele estará acima daqueles que são apenas submissos, gozando de um certo grau de liberdade, mas sempre abaixo de seu mestre (que deve ser apenas um), abandonando um submisso ou oferecendo o mesmo a ele caso seja exigido.
São todos que não curtem BDSM. Para eles é apenas um joguinho de interpretação ou uma brincadeira. Podem até curtir algemas de pelúcia compradas em sex shop e chicotes que causam o mínimo de dor possível.
Vez por outra eles podem se aproximar dos praticantes de BDSM por curiosidade ou achando que vão curtir por terem visto a prática em algum vídeo. Nestes casos eles devem ser alertados sobre a seriedade da situação e afastados o mais rápido possível.
Apesar do termo ser usado de forma pejorativa os baunilhas não são inferiores a ninguém na relação BDSM pois não se trata de um mundo ao qual eles pertençam ou entendam. Se um baunilha, por acaso, entrar em uma prática BDSM ele pode gerar situações bem desagradáveis para todos, logo devem ser identificados, avisados e afastados.
Esta foi nossa quinta da disciplina. Podem levantar e estejam prontos para prova.
Mestre Borges
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